Ah, se tivesse câmera escondida...

Na terça-feira passada, fui fazer exames no Hospital Santa Catarina. O neurologista demorou pra me atender, mas consegui tirar um bom cochilo lá no Pronto Atendimento.

– Alice K. – , gritou uma voz feminina. Fui até a sala da médica.
– Quando vc começou a sentir tontura?
– Teve náuseas, vômitos, mal-estar?

Depois de vários bla-bla-blás de ambas as partes, fui pra maca pra doutora me examinar.

– Respire fundo e solte o ar devagar...

Costas...
– Respire fundo de novo e solte...

Íris...
– Olhe e acompanhe o meu dedo.

– Agora, coloque suas pernas sobre a maca e fique sentada.
– Vou segurar a sua cabeça com as duas mãos e quero que relaxe e solte bem o corpo.

Num movimento rápido, ela me derrubou de cabeça para baixo... Metade do corpo para fora da maca.

– E agora? Tá vendo tudo embaralhado? Então, fixe o olhar num único ponto até passar. Até normalizar a visão. Isso.

Num outro movimento rápido, ela me levantou, sempre segurando a minha cabeça com as duas mãos.

– Relaxe...

VAPT!

Outro movimento rápido e me derrubou novamente de cabeça para baixo, agora para o outro lado.

– Está vendo tudo embaralhado? Então fixe o olhar num único ponto. Isso.

Acho que os neurologistas fazem alguma luta marcial porque os golpes me fizeram lembrar Yppon de judô.

– Alice, atrás do ouvido, temos pedrinhas de cálcio. E as suas pedrinhas saíram do lugar, por isso as tonturas.
– Vamos medicá-la e ensinar alguns exercícios para vc fazer em casa, mas é fundamental que vc procure um acompanhamento com neurologista.

Tenho várias pedrinhas no meu caminho. Senão é no rim direito, é na cabeça. Ô, sina!

Mas depois que saí de lá e me lembrei dos exames comecei a rir. Já pensou se tivesse uma câmera escondida filmando os exames?

Foi engraçado.