Tenho receio de ir a restaurantes japas em que o dono não é japa. Há uma mania doentia de se adaptar as cozinhas de tal lugar para o paladar do brasileiro. Sobretudo, aqui na VM, meu bairro.
(Dica: Nunca entre num restaurante em que o dono não seja japa!)
Entrei em um Nagoya sei-lá-o-quê! Ih, o dono não é japa. Será que o tempero é à base do molho pronto de supermercado?
É, eu sou ecxigente sim.
"Mesa pra quantas pessoas?"Chegou o teppan. Parti o hashi e friccionei-os para "lixar" as possíveis farpinhas de bambu.
"Mesa pra uma só. Pra mim."
"Pode ser esta? O que vai pedir, moça?"
"Primeiro, o cardápio, por favor."
"Ah, sim."
"Eu quero teppan de anchova."
"Anchova não vamu tá tendu, moça."
"Ah... E teppan de salmão?"
"Salmão, vamu tá tendo sim."
"OK. Quero um teppan de salmão."
"A moça vai tá querendu uma bebida?"
"Não, obrigada."
O salmão parece apetitoso, mas os legumes grelhados que não são grelhados... muito moles, quase derretendo.
Também estranhei os enfeites: fatias de pepino ladeavam o salmão que ainda crepitava.
O peixe, temperado com sal, apenas, como deve ser.
Os legumes, com molho de soja. Nada de tempero pronto. Ufa! Ao menos isso.
Arroz, nacional. Missoshiru, normal.
Não era uma refeição dos deuses, mas matou bem a minha vontade.
=P
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